Desde 2019 estamos em situação de pandemia de sarampo. Sim! No mundo
todo! Até há pouco tempo, ninguém mais tinha visto sarampo por aqui, mas a
doença reemergiu e precisamos nos proteger.
O sarampo é uma doença causada por um vírus (um morbilivirus)
que tem alta transmissibilidade e alta contagiosidade. Passa de indivíduo para
indivíduo através das gotículas respiratórias (tosse e espirros, por via aérea).
O período de incubação da doença é em média 10 dias (7 a 18
dias), ou seja, após o contágio, os sintomas demoram esse período para aparecerem.
Inicialmente, os sintomas são febre, mal-estar, tosse,
coriza, conjuntivite e falta de apetite. Esses sintomas geralmente permanecem
por 3 a 5 dias, até que as manchas na pele comecem a aparecer. Esse vermelhão
tende a iniciar na região atrás da orelha, pescoço e torax e rapidamente vai se
espalhando para as extremidades. Após uns 3 dias de vermelhão no corpo, essas
manchas começam a clarear e desaparecer, a febre vai embora e começa uma
descamação fina na pele, sinalizando o encerramento da doença.
Como não existe tratamento específico para esta doença, a
melhor estratégia é garantir a proteção.
Como sei que minha família está protegida?
Para os mais velhos, é possível que tenham tido sarampo na infância.
Essa doença acontece apenas uma vez na vida, então, quem já teve não pega de
novo.
Para quem nunca teve sarampo ou não sabe se teve, é
importante verificar a carteira de vacinação e encontrar ali 2 doses de vacina
que tenham sido feitas após 1 ano de idade. (Vacinas realizadas antes de 12
meses de vida não garantem proteção duradoura)
Para as crianças maiores de 15 meses de vida, espera-se que
tenham já as 2 doses vacinais, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
Bebês de 6 meses a 11 meses, nessa situação atual de
pandemia, devem receber uma dose da vacina e, quando completarem 1 ano, devem
receber a primeira dose válida da vacina (e o reforço com 15 meses).
E o que é vacina de bloqueio?
Em tempo pandêmico, a estratégia de combate ao vírus é mais incisiva
e serve para minimizar os riscos de falha vacinal e acelerar o processo de
diminuir o vírus circulante. Então, independente da situação vacinal, caso haja
contato com doente de sarampo, é indicado receber outra dose vacinal,
denominada dose de bloqueio.
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:
Sempre devemos obedecer o intervalo de 30 dias entre as
doses desta vacina.
Vacina contra sarampo que ocorreu antes de 1 ano de vida não
conta como dose válida no calendário: melhora proteção na situação de surto mas
não confere imunidade protetora longa.
Gestantes não podem receber a vacina e mulheres que
receberam a vacina devem evitar engravidar por 30 dias após receber a dose.
Nutrizes podem – e devem – receber a vacina para garantir a
proteção da mamãe e do bebê.
Bebês que tem menos de 2 anos devem receber a dose diária
habitual de vitamina A recomendada pelo pediatra – não esqueçam de dar!
O diagnóstico da doença é clínico, sem necessidade de exames
confirmatórios, no entanto, às vezes é necessário colhê-los para eventuais dúvidas
diagnósticas. O município de São Paulo sugere que colha amostras e encaminhem
para o Instituto Adolf Lutz para mapear e estudar o vírus dessa epidemia.
Se a febre persiste ou os sintomas estão muito intensos, é fundamental
buscar avaliação do médico para verificar as complicações da doença. As
complicações mais comuns são otite e pneumonia, porém, sarampo pode ter uma
evolução mais grave, fique atento!
O sarampo é doença de notificação, portanto, peça ajuda ao
seu médico para documentar a doença caso esteja doente.
É fundamental, estando doente, fazer reclusão social, ou
seja: permanecer em casa, sem contato com outros indivíduos susceptíveis, por 1
semana. Isso ajudará a sairmos da situação de epidemia mais rápido.
É importante saber que 6 dias antes de aparecer as manchas
na pele já há transmissão do vírus e esse período vai até 4 dias após o
aparecimento do vermelhão. Portanto, a vacina é a estratégia mais segura para
não adoecer.
Caso tenha alguma dúvida ou queira conversar mais sobre o assunto, deixe um comentário!